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145 anos de esforço, de luta, de sacrifícios e, naturalmente, também de sonhos , de alegrias, de vivência de ideais de solidariedade e de partilha.

145 anos em que o Lar pôde sempre contar com o apoio da sua cidade e dos seus habitantes que, tantas vezes de forma anónima, nos batem à porta oferecendo a sua ajuda!

Mariana da Graça, Francisca Eugénia, Cristina da Conceição, Benvinda da Conceição, Maria Guilhermina, Jesuína do Céu, Rosária Maria e Efigénia de Jesus … eram estes os nomes das primeiras oito meninas que, em 25 de Agosto de 1872, foram acolhidas no então chamado Asylo Districtal de Santo António.

A preocupação dos seus fundadores era a de promover a instrução e formação das jovens de modo a garantir a sua inserção na comunidade de forma responsável e autónoma.

Embora ao longo de 145 anos muitas transformações tenham ocorrido, ainda hoje a maior preocupação dos responsáveis é a de tudo fazer para contribuir para a formação de cidadãs preparadas, responsáveis, participativas e empenhadas na construção de uma sociedade melhor e mais justa.

Procuramos que as jovens que hoje acolhemos, aqui encontrem adultos em que possam confiar e que estão empenhados em as ajudar a definir os seus projetos de vida.

Apesar da sua vetusta idade, a casa tem um aspeto alegre e atual, de modo a que as jovens se sintam confortáveis e à vontade nos muitos espaços de que dispõem, sejam eles de estudo, de convívio ou de atividades manuais e culinárias.

Também o espaço exterior é amplo e está preparado para proporcionar momentos de lazer e de convívio, exercício físico e contacto com a natureza, através dos cuidados com as plantas do jardim e da horta.

Quantas vezes ao olhar para os retratos dos fundadores, na Sala da Direção, nos questionamos sobre o trabalho realizado … Contudo, neste momento de balanço, consideramos ter boas razões para nos sentirmos orgulhosos.

Temos a consciência e a humildade bastante para reconhecer que, por vezes, erramos e que devemos sempre fazer e tentar fazer mais e melhor. Apesar de tudo, julgamos que, para as mais de setecentas jovens que aqui passaram um período importante das suas vidas, este tenha sido um espaço onde os valores da igualdade, honestidade, justiça e afetividade estiveram sempre presentes.

Maria Emília P. de Matos Coelho Rufino
Presidente da Direção

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